Quando se fala em relacionamento amoroso, a única certeza que temos é a de que nos relacionaremos apenas com nós mesmo pelo resto de nossas vidas. Por outro lado, em nossa sociedade, somos levados a acreditar que existe, nesse mundão todo, uma única pessoa que irá nos completar, satisfazer e compreender PARA SEMPRE!

Quando essa alegação surgiu, vivíamos em uma época em que se vivia muito menos anos de vida. Sem contar, que o papel da instituição financeira era muito mais influente, casar servia para garantir que os filhos do casal eram legítimos e herdariam o dinheiro da família. Aceitar a desgraça conjugal, ou seja, aceitar que um relacionamento não se sustentava na felicidade dos cônjuges é uma característica dos séculos XVI a XIX. Então, por que continuamos aceitando isso?

O problema é que quando, nos dias de hoje, transferimos a responsabilidade da manutenção do casamento ao amor entre o casal, trouxemos junto a obrigação da eternidade, mas nos esquecemos de pensar que o amor, assim como os outros sentimentos, passa por altos e baixos.

A relação, como a consideramos hoje, está baseada em uma idealização de longevidade + parceiro perfeito. Mas, será mesmo possível, que duas pessoas continuem sendo satisfatórias uma para a outra mesmo depois de muito tempo de relação? E, se levarmos em conta o mundo mutável em que vivemos, será justo pedir que um dos dois abandone os seus projetos pessoais e profissionais em prol da relação?

Pesquisas mostram que a vida das pessoas solteiras é muito mais interessante do que a de pessoas em relacionamentos, pois estas realizam atividades variadas, o que torna a vida cheia de possibilidades.

“Mas, Juliana, você quer dizer que só dá pra ser feliz solteira(o)?”

Não! O que eu quero dizer é que a forma como a maioria das pessoas leva os relacionamentos – como se o outro fosse a única fonte de felicidade – está desgastada! Existem MUITAS formas de se sentir feliz, o relacionamento amoroso é uma delas e quanto mais pressão se faz para que ele seja o centro da vida, maior a chance de sobrecarregá-lo e torná-lo infeliz. Investir em interesses individuais não é o que põe fim a relacionamentos, não fazê-lo, põe!

Nesse ponto, é importante avaliarmos que expectativas estamos impondo aos nossos relacionamentos e perceber se as crenças estabelecidas estão mais de acordo ao respeito ao que sentimos ou aos programas de vida de séculos passados. Buscar relacionamentos baseados nas características reais no parceiro e aceitar que ninguém tem a obrigação de nos satisfazer 100% nos leva a relacionamentos mais leves e prazerosos e a descoberta dessa relação tem a sua própria excitação.

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Juliana Dória | Psicóloga | CRP 03/14373

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